h.d.mabuse

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Por um design anticolonial

Dentro do estudo da história do design há uma contradição: ao mesmo tempo que a atividade surge da divisão social do trabalho também é legítimo considerar que essa prática nem sempre foi um instrumento de reprodução do capital. Pela primeira concepção, o design está historicamente ligado à produção industrial capitalista, que por sua vez só foi possível na modernidade, com o desenvolvimento do colonialismo, primeiro instrumento de acumulação primitiva de capital.

Essa mesma modernidade nasce com um discurso que inventa, classifica e subalterniza o outro. Nesse discurso o colonizado é destituído de vontade, subjetividade, e voz. Se inaugura, com a modernidade, junto ao genocídio dos povos, o genocídio epistêmico, negando à todos que não sejam homens ocidentais, o direito à produção e circulação do conhecimento por seus próprios corpos políticos e geopolíticos.

Hoje, novos modelos de negócio e tecnologias (como o IOT aplicado à Industria 4.0) levam ao entendimento que a acumulação primitiva não é um fato do passado, deixado para trás junto com o início do capitalismo. Da mesma forma novos modos de colonialismo estão presentes. Qual é influência da colonialidade no design contemporâneo? A apresentação, busca contrapontos entre produções de conhecimento locais e conhecimentos colonizados, para um entendimento do que está por trás do design hoje e com uma intenção de apontar caminhos para uma ecologia de saberes.


Sobre a pessoa palestrante

Sou consultor em design no CESAR e professor de Filosofia do Design no mestrado e graduação em Design da CESAR School. Tenho trabalhado desde 1990 com colaboração, comportamentos emergentes e remix de várias linguagens nas áreas das artes visuais, design, música e filosofia. No momento estou cursando o mestrado em Design da UFPE com o tema de Decolonização do Design na América Latina.

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